Publicado em Mulher de meia-idade

Coisas que aprendi na infância e depois dos 40


A Bolsa Amarela é um memorável livro da minha infância que considero um clássico da literatura infantojuvenil. Esta obra de Lygia Bojunga Nunes foi publicada em 1976 e narra os conflitos que uma mudança acarreta. Conta a história de Raquel, uma menina que desejava crescer, ser um garoto e se tornar escritora. Li quando eu tinha uns 9 anos de idade quando estava na 3a. série. Lembro-me que, ao final da aula, a minha professora costumava ler trechos (ou um pequeno capítulo) desse livro enquanto escutávamos atentos e viajávamos na imaginação. Eu não queria que a história acabasse. Acredito que esse livro tenha contribuído para o meu gosto pela leitura. Por isso, quero dar um exemplar de presente para a minha filha.

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Audioblog Cresce e Aparece!: Coisas que aprendi na infância e depois dos 40. 01/03/2020

lembranças da infância que remetem a cheiros e gostos. Uma delas era tradição natalina na casa dos meus avós paternos. Meu avô enfeitava uma árvore de natal feita com galho seco, bolinhas coloridas e flocos de algodão. Lembro-me quando ele saía de casa para procurar e escolher do seu jeito a angulação dos gravetos. As bolinhas que ele colocava na árvore eram daquelas antigas que quebravam quando caíam no chão e o algodão representava a neve que esparramava nos galhos. As balinhas de morango e os enfeites de papai-noel feitos de chocolate que meu avô amarrava um a um na árvore eram os mais esperados pelos netos! Só podíamos comer no dia de natal! Hoje em dia, eu gosto de colocar guarda-chuvinhas de chocolate para enfeitar a minha árvore e reviver a sensação boa que a lembrança do vovô me traz. Além dessa, também temos uma outra tradição da família aqui de casa. Acontece nos dias dos nossos aniversários e em um próximo post eu te conto, combinado😉?

Quando eu era criança, acompanhava minha mãe em cursos de corte e costura. Ao chegar em casa, me metia em querer ajudá-la a cortar os moldes das roupas, pois ela tinha medo de cortar errado e estragar o pano. Eu dizia: “Dá aqui que eu corto!” Mexer na máquina de costura, eu não podia. Imagine se eu desregulasse tudo? Não tinha noção alguma de costura! (só de corte, risos)

Há uns 3 anos, ou seja, depois dos 40, eu comprei uma máquina de costura pequena, simples e portátil. Costuro o básico que aprendi assistindo vídeos de “como fazer” no Youtube. Escutei de gente bem próxima a mim: “Iiiiii, vai comprar e deixar encostada!”😒

Minha máquina de costura

Fiz barra de calças, ajustei roupas e até costurei uma saia para compor a fantasia de Moana da minha filha. Depois disso, me aventurei a fazer uns artesanatos com tecido. No futuro eu contarei, com detalhes, o passo-a-passo para você. Garanto que é simples. (Eu consegui fazer! risos).

Em meio as linhas e agulhas, me animei em fazer um “Curso básico de artesanato em feltro” (percebeu que é a segunda vez que eu uso a palavra “básico” para as coisas que vou aprender a fazer? risos). Em 2018, me inscrevi no curso por um anúncio do facebook. Chegado o dia, entrei na sala e lá haviam de 10 a 15 mulheres de diversas idades, porém aparentando serem mais velhas do que eu. Visivelmente, eu era a mais perdida do recinto sobre o que iríamos aprender. Recebemos um kit para desenvolvermos as peças: retalhos de feltro colorido, linha, agulha, cola para tecido e alguns botões. Agradeci aos céus quando o professor disse: “Vou ensinar do zero como se faz ‘o ponto atrás’ e ‘o ponto caseado” (descobri naquele momento que o primeiro, era o ponto que parece costura de máquina e o segundo, serve para juntar uma peça a outra). As outras alunas se entreolharam e aposto que estavam pensando na perda de tempo em rever algo que consideravam tão elementar! (Aff!)

Saí satisfeita por ter feito uma corujinha cor de rosa e empolgada para colocar meus novos dotes em prática (como sempre, anotei tudinho no meu bloco de anotações que levo na bolsa para consultar mais tarde, caso eu esqueça como se faz) .

Logo em seguida, você devia ter visto a minha empolgação! (risos). Fiz muitos presentinhos com feltro: marcadores de livros para amigos, bonequinhos para os sobrinhos, dedoches (fantoches de dedo) para meus primos bebês, entre outras coisitas (veja aqui outras peças na minha pasta do Pinterest)

Para deixar tudo ainda mais legal, pedi para a minha amiga Thais que elaborasse e produzisse etiquetas adesivas, com o meu nome, para colocar nos embrulhos dos presentes. Ficou lindo! Com flores coloridas do jeito que eu pedi e perfeito, como tudo o que ela faz.

Embalagem de presente com a etiqueta personalizada

Não pense que tudo o que eu tentei deu certo. Certa vez, ainda criança, sismei que iria escrever um livro. Minhas anotações eram registradas em um pequeno caderno brochura. Não me lembro exatamente o tema, mas tal ideia de escrever um romance nunca saiu do papel (para você ter uma noção, eu nem sei onde estão aqueles escritos).

Há pouco tempo eu comprei um jogo de 5 agulhas de crochê para começar a “crochetar” e seguir os passos da minha mãe, que é ótima nisso (Ela faz mantas lindas para bebês!). Pergunte se eu consegui? Até agora, não. Ainda estão na caixa. Talvez este trabalho manual não seja a minha praia.

Penso que temos que experimentar para saber se é isso mesmo que realmente queremos. E qual o problema de o fazermos na meia-idade? Reflita comigo! Um hobby não traz consigo aquela pressão de se chegar a perfeição pois não existem cobranças. Pesquisas têm mostrado que os trabalhos manuais estão relacionados com bem-estar e com a saúde. Recentemente, eu li um artigo sobre como costurar, fazer crochê e tricô podem ser ótimas atividades para o cérebro. Enfim, entendamos que o principal objetivo quando se têm hobbies é o aprendizado! Agregar pessoas, conhecimentos e aprimorar nossas habilidades! É mais que isso, é saúde mental minha gente!!!

Contudo, devemos nos entregar as novas oportunidades de crescimento pessoal sem medo de encarar a opinião dos outros. Ora, é só mais uma opinião! O que importa é o que você realmente quer fazer! Se não atrapalha ou prejudica ninguém, vá em frente! Como ensinou Fernando Pessoa: Devemos ser grandes!

“Para ser grande, sê inteiro: nada

Teu exagera ou exclui.

Sê todo em cada coisa. Põe quanto és

no mínimo que fazes.

Assim em cada lago a lua toda

Brilha, porque alta vive”

Fernando Pessoa

Para o fundo musical desse texto, escolhi “My Way” com a voz inconfundível de Frank Sinatra. Feche os olhos e aproveite!

Bem, falando em aprender, lembra no primeiro post que eu não sabia como colocar emojis aqui no blog? Então, agora eu aprendi! 😃 Daqui para frente, os textos serão mais coloridos, me aguardem!😎

Não perca o Post Especial da próxima semana!!! (08/03/20)

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Conta, nos comentários, qual é o seu hobby!

Beijos 😘

Ps*Agradecimentos ao meu filho e ao meu marido pela revisão do texto. Meu filho leu tudo e deu seus “pitacos”. Meu marido contribuiu com uma revisão parcial pois não conseguiu terminar a leitura… (ele é virginiano!😅)

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Autor:

Doutora em Enfermagem, Mestre em Ciências da Motricidade, Professora universitária há mais de 20 anos e estudante de Psicologia. Compartilho minhas curiosidades da meia-idade, escrevendo sobre saúde, aprendizagem e hábitos, considerando minha experiência como mulher, mãe ou outros "eus" que me tornarei.