Publicado em Mulher de meia-idade

O que as mulheres fazem enquanto os homens não estão olhando

Elas planejam, organizam e tomam decisões em suas casas

O seu companheiro te “ajuda” em casa? Pare! Comece outra vez! A pergunta seria: o seu companheiro executa tarefas? Isso mesmo! segue ordens! (Não vou generalizar pois há exceções…) Sim, você executa as tarefas de casa também e é responsável por planejar e providenciar tudo o que é necessário para a sua casa “funcionar”. Experimente trocar as funções por uma semana. Sua vida vai virar o caos!!! Algumas mulheres (talvez grande parte delas) trabalham de maneira oculta em uma ocupação que eu chamarei aqui de Planejamento e Gestão do Trabalho Doméstico. Li um artigo sobre esse tema: “Carga mental: a tarefa invisível das mulheres de que ninguém fala“. Além de todo aquele trabalho bem conhecido (lavar, passar, cozinhar, limpar casa e etc.), levar e buscar os filhos além de ajudá-los na lição de casa, dar conta das atividades do seu emprego, do estudo, ainda temos que administrar a manutenção do estoque de “mantimentos” para a semana e demais recursos para a logística da casa (pagamento de contas, boletos e afins). Aff! cansei só de redigir tudo isso. De acordo com o artigo que citei acima:

“Há momentos-chaves na vida das pessoas em que a carga mental se torna evidente. A pós-maternidade, ou quando os pais envelhecem e exigem mais cuidados, ou mesmo vêm morar em casa”.

Se vocês repararam, esses momentos coincidem com a fase da meia-idade. Com os estudos, a construção da carreira e mais mulheres no mercado de trabalho, a decisão por ter filhos vem mais tarde. Uma mulher de 40/45 anos ainda tem filhos em idade escolar. Se temos 40 ou 50 anos, nossos pais devem estar na faixa dos 70, exigindo outro tipo de cuidado e de atenção. Mais uma vez, computamos tarefas a serem executadas por nós mesmas, incluindo a elas a carga de planejamento, de organização e de tomada de decisão (que muitas vezes não são fáceis). São as mulheres novamente que assumem o controle!

Elas inventam máquinas maravilhosas…

Certa vez, eu li uma postagem de uma amiga nas redes sociais que dizia “Alva John Fisher. Este homem fez mais pelas mulheres do que o feminismo”. “Só que não” (Risos) Dei um google para saber quem foi essa pessoa revolucionária. Fisher foi um engenheiro americano que patenteou, em 1910, a primeira máquina de lavar roupa.

Na verdade, segundo a Revista da Organização Mundial de Propriedade Intelectual, Elizabeth Merrell, uma operária do setor metalúrgico de Londres foi a verdadeira inventora da máquina de lavar elétrica, em 1859. Porém, penso que naquele tempo (e talvez ainda hoje), o acesso aos trâmites para se registrar patentes, tenha sido mais fácil para homens do que para mulheres.

A fralda descartável só poderia ter sido inventada por uma mulher, pois a lavagem de incontáveis fraldas de pano na época das nossas avós (e muito antes também) era tarefa exclusivamente das mães. Marion Donavan, na década de 1940, sentindo isso na pele, criou a primeira versão da fralda que usamos nos nossos bebês até hoje. Contudo, 10 anos depois, a invenção foi patenteada por Vitor Mills (da Pampers) sem dar crédito à inventora.

Elas fazem descobertas que mudam a ciência…

Hoje em dia falar de DNA nas aulas de biologia é algo corriqueiro, mas foi a descoberta da dupla hélice que fez com que os pesquisadores Watson, Crick e Wilkins ganhassem o prêmio Nobel de fisiologia e Medicina no ano de 1962. Quatro anos antes (1958), com apenas 37 anos, morria Rosalind Franklin de um câncer de ovário. Mas o que essa mulher tem a ver com a história do DNA? Franklin foi uma mulher talentosa e envolvida com a pesquisa na área de química e trabalhava com Wilkins no mesmo laboratório. Ele, um homem difícil de se relacionar, era impaciente e nervoso, ocasionando animosidade entre os dois. Por esse motivo, sendo ela a química que desenvolveu os métodos de captura da foto que levou a descoberta da estrutura do DNA, Wilkins não a mencionou na época. Segundo um artigo publicado na revista Forbes, uma sobrinha de Rosalind contou que sua tia, além de ser uma mulher ética e íntegra, gostava de teatro, alpinismo e tinha plenas condições para caminhar muitos quilômetros por dia!

Elas escrevem livros…

A escritora Joanne K. (que acrescentou o “K” em homenagem a sua avó Kathleen) publicou o seu primeiro livro de uma série literária usando um pseudônimo. Seguindo as orientações da editora, que temia que seu livro não fosse aceito pelos garotos por ter sido escrito por uma mulher, lançou “Harry Potter e a Pedra Filosofal” assinando como J. K. Howling. Mãe, divorciada, com 32 anos de idade e vivendo de favor na casa da irmã, Jo (como ela gosta de ser chamada) escreveu o primeiro livro da série em Cafeterias (principalmente a do cunhado) nas quais achava mais fácil fazer a filha pequena dormir.

Esconder-se atrás do anonimato também tenha sido a estratégia da autora de Frankenstein, publicado em 1818. Os leitores entenderam ser Percy Shelley o autor da obra, já que o livro havia sido publicado com o prefácio assinado por ele e com dedicatória para o filósofo e político britânico William Godwin . Mas esta obra atemporal foi escrita por Mary Shelley quando tinha apenas 18 anos.

Mesmo com tantas injustiças, essas mulheres, que trabalharam nas suas obras de maneira incógnita , muitas vezes não recebendo o devido reconhecimento por suas contribuições e ações ao longo dos anos, não desistiram de se fazerem presentes em diferentes áreas da sociedade. Sigamos os exemplos! Façamos a diferença! A idade não deve ser empecilho, deve representar a nossa bagagem de conhecimentos, a nossa verdadeira riqueza imaterial a ser compartilhada, pois temos muito tempo para aprender e contribuir.

Elas se reúnem com as amigas…

Eu não deixaria de contar para vocês, outras coisas prazerosas que fazemos para renovar a nossa vida (se você ainda não faz, recomendo fortemente para aquelas que prezam por sua saúde mental, risos). Faço parte de um grupo de amigas (umas 8 mulheres ou mais, a maioria da minha faixa etária) que se reúne a cada 2 meses na casa de uma de nós para fazer “O Café das Mães”. Começamos a nos reunir há 3 anos, depois do fechamento da escola na qual nossos filhos estudavam na época. Por diversos motivos, as crianças passaram a estudar em diferentes colégios. O encontro das mães foi a perfeita deixa para que não perdêssemos o grande laço de amizade que se iniciou quando nossos filhos ainda tinham seus 3 ou 4 anos de idade.

Os encontros acontecem durante a semana, depois do expediente, sem a presença dos maridos (É óbvio!). Somente nós, os filhos e as filhas (que agora se encontram na adolescência e acabam por ficar em outro cômodo da casa confraternizando do jeito deles). Passamos algumas horas juntas, damos risadas, conversamos sobre amenidades, ouvimos música, enquanto saboreamos um “cafezim” com “quitandas” (o que aqui em Minas Gerais significa: pão de queijo, bolo, broas, pães caseiros ou aqueles de padaria e o queijo fresco que não pode faltar, uai!). Colocamos a conversa em dia! (Acho que mais tagarelamos do que comemos…ainda bem! risos) Falamos sobre tudo, desde a cor do esmalte da moda, dos cremes e suplementos para a pele até sobre economia doméstica, educação e política (Esses últimos assuntos, falamos menos, é claro, para não estressar). Terminamos cada reunião marcando as datas prováveis do nosso próximo “compromisso”. É uma confusão nossas combinações no grupo de Whatsapp para fechar a data certa devido aos contratempos que temos por conta dos outros compromissos que eu falei no começo do post (mas nos divertimos com isso também!).

A dica de música hoje é “Agora só falta você” da Rita Lee numa versão acústica. Destaque especial para os seguintes trechos:

“Um belo dia resolvi mudar

E fazer tudo o que eu queria fazer…”

“…Eu sinto prazer

De ser quem eu sou

De estar onde estou…”

Agora só falta você

Finalizo o post citando uma frase da Anne, a personagem principal da série de TV “Anne with E” e baseada na série de livros Anne de Green Gables (são 6 volumes) da autora Lucy Maud Montgomery (A série disponível em 3 temporadas na Netflix é lindaaaa!!! para você ter uma ideia, está rolando até um abaixo assinado online para que seja produzida a sua continuação):

“Não é o que o mundo reserva para você, mas o que você traz para o mundo”

Anne with E

Audioblog

Audioblog: O que as mulheres fazem enquanto os homens não estão olhando. 23/02/20.

Te espero no próximo post! Vem para o Cresce e Aparece! Deixe sua sugestão, compartilhe comigo suas ideias. Mande para as amigas. Deixe seu comentário!

Grande abraço e até breve!

Cresce e Aparece!
webcresceaparece@gmail.com

Autor:

Doutora em Enfermagem, Mestre em Ciências da Motricidade, Professora universitária há mais de 20 anos e estudante de Psicologia. Compartilho minhas curiosidades da meia-idade, escrevendo sobre saúde, aprendizagem e hábitos, considerando minha experiência como mulher, mãe ou outros "eus" que me tornarei.

18 comentários em “O que as mulheres fazem enquanto os homens não estão olhando

  1. Muito bom acompanhar seus textos Pri! Por aqui está difícil o encontro das amigas com mais frequência, a geografia dificulta mas não impede kkkkkkk

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